Editorial

Com este número de Memória e Informação, damos início ao quinto ano de publicação ininterrupta da Revista. O periódico, lançado em julho de 2017, publica artigos inéditos, relatos de experiência, pesquisas e documentos de valor histórico nas áreas de patrimônio, museologia, preservação arquitetônica e ciência da informação.

Na seção “Artigos”, selecionamos cinco relevantes trabalhos que abarcam diversidade temática no campo do patrimônio e da museologia. No primeiro, Daniel Sá e Bruno Brulon Soares  analisam as práticas documentais e de classificação utilizadas no processo de musealização de imagens, produzidas na década de 1840, em que negras de ganho foram representadas na cidade do Rio de Janeiro. A seguir, Diogo Jorge de Mello, Marcos Henrique e Ive Livia de Sousa apresentam uma leitura das representações da cultura arqueológica do Pará no desfile de 2013 do Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense no Rio de Janeiro. No terceiro texto, Rubens Bedrikow et al examinam a vida do psiquiatra Mauricio Knobel a partir de vídeo-entrevista arquivado no Centro de Memória e Arquivo da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. A seguir, Ananda Paranhos relata a trajetória do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB) desde a sua idealização nos encontros do Sabadoyle até a sua institucionalização na Casa de Rui Barbosa, em 1972. No quinto trabalho, de Mateus da Silva Reis, Thiago Henrique e Roberto Lopes, os autores, com intuito de representar os itens museológicos do acervo de medalhística do Museu do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, buscam formular um microtesauro.

Na seção ‘Relatos de experiências’, divulgamos o trabalho de Inaiê Del Castilho, que tem por objetivo abordar o tráfico ilícito de bens do patrimônio bibliográfico e arquivístico no Brasil, investigando de que modo o furto à Coleção Especial da Biblioteca do Museu Paraense Emílio Goeldi, ocorrido em 2008, se relaciona a outros fatos noticiados no país. Na mesma seção, publicamos o artigo de Ana Regina Luz Lacerda, centrado na importância de se manter reunidas quatro bibliotecas particulares. Para atingir o objetivo proposto, a autora apresenta quatro exemplos de coleções adquiridas, por doação ou compra, pela Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE).

Em comemoração ao centenário de nascimento da atriz e fundadora do Teatro ‘Tablado’ Maria Clara Machado (1921-2001), no dia 3 de abril, divulgamos na seção ‘Documentos’ a primeira folha do caderno no qual a escritora escreveu a peça O cavalinho Azul, de 1958. O Acervo de Maria Clara Machado, sob a guarda do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB), foi doado à FCRB 2006 e encontra-se aberto à consulta.

Esta edição se apresenta como o resultado do esforço da equipe da Fundação em divulgar estudos nas áreas de patrimônio documental e arquitetônico, abrangendo museologia, preservação arquitetônica, preservação e conservação de documentos e ciência da informação, incluindo arquivologia e biblioteconomia. Temos a certeza de que o presente volume oferecerá aos estudiosos e pesquisadores do tema muitas possibilidades para pensarmos o patrimônio cultural brasileiro.

A todos desejamos uma ótima leitura.

Ana Lígia Medeiros e Daniela Carvalho Sophia – Editoras

Publicado: 2021-07-09

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