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Memória e Informaçãov. 7 n. 1 (2023)
Editorial
Patrimônio cultural: do cordel ao digitalEste número de Memória e Informação, marca o sétimo ano de publicação ininterrupta do periódico. Uma vitória! Para comemorar, trazemos artigos sobre acervos fundamentais para a cultura brasileira, representada aqui pela literatura de cordel. Assim, também, apresentamos reflexões sobre a aplicação da tecnologia na divulgação de acervos, como o da Campanha Civilista e sobre os produtos e serviços digitais desenvolvidos pela Fundação Casa de Rui Barbosa. A política pública também está presente nos trabalhos voltados para bibliotecas e museus.
No primeiro artigo, Luiza Goelzer e Alberto Calil apresentam um mapeamento das políticas públicas para bibliotecas no Brasil entre 2015 e 2019. Sua análise revela não apenas a trajetória histórica dessas políticas, mas também aponta para a necessidade premente de uma mobilização política para enfrentar os desafios atuais.
Em seguida, dois artigos se dedicam à temática da literatura de cordel. O artigo de Sylvia Nemer aborda pesquisas que vêm sendo desenvolvidas sobre a literatura de cordel, concentrando-se em três eixos principais: o primeiro trata das interações entre o cordel e os meios de comunicação; o segundo, da história, das práticas e representações do cordel; e por fim, fala dos acervos institucionais e privados.
Já o artigo dos autores Adriana Figueiredo e Fabrício da Silva apresenta as estratégias adotadas pela Fundação Casa de Rui Barbosa para a preservação da rara coleção de folhetos de cordel. Além disso, também são abordadas as iniciativas voltadas para a preservação digital, cujo objetivo é disponibilizar a coleção para o público por meio de plataformas digitais.
A seguir, Marx da Guia discorre sobre algumas das iniciativas da Fundação Casa de Rui Barbosa para preservação e disseminação de seus acervos por meio do uso da tecnologia. O estudo também traz uma breve análise dos produtos e serviços de divulgação de acervos sob a ótica das humanidades digitais.
Caroline Goldstein explora a relação entre a relevância dos museus nas estratégias de place branding e o papel desses espaços culturais nas políticas urbanas, visando atrair turistas em busca de experiências distintas.
O sexto artigo publicado, de Edgar Leite, tem como foco um momento crucial na história de Rui Barbosa, a sua participação na eleição presidencial de 1910. O artigo marca também o ano do centenário de morte do jurista, completados em março de 2023.
Cíntia Freire, Madalena Schmid e Mariana Teixeira abordam o papel das instituições de memória e seus repositórios digitais na facilitação do acesso à informação e ao conhecimento científico. O texto destaca o Acervo do Centro de Referência de Políticas Culturais da Fundação Casa de Rui Barbosa, ressaltando sua gestão de informações digitais de memória e cultura, guiada pela curadoria digital.
Por fim, na seção Documentos, foi selecionada a caricatura de Helius Bastos Tigre feita por seu pai, Bastos Tigre. O documento faz parte do Arquivo Bastos Tigre e integra o acervo do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira.
Desejamos a todos uma boa leitura!
Ana Ligia Medeiros
Marx Paulo Vargas da Guia -
Memória e Informaçãov. 6 n. 2 (2022)
Editorial
Papéis: instrumentos de escrita e trajetória literáriaEste número é quase que integralmente baseado em artigos que utilizam as fontes primárias em suas pesquisas e são ligados, em sua maioria, a literatura brasileira.
Na verdade, pensamos que não seria somente a relação entre fontes primárias e literatura. Devemos incluir a esta coletânea, as áreas de biblioteconomia e de museologia, pois, o tratamento que quaisquer arquivos recebem por parte de conhecimentos especializados – arquivologia, biblioteconomia e museologia – o afetam.
Conforme Lena Pinheiro (2006), as fontes primárias correspondem à “literatura primária” e são aquelas que se apresentam e são disseminadas exatamente na forma com que são produzidos por seus autores. Antônio Houaiss no Dicionário Houaiss – da língua portuguesa (2009), esclarece que quando se usa o termo fontes primárias no âmbito da filologia significa que se está trabalhando com o texto ou documento original.
Até meados do século XX, o uso de fontes primárias era quase que restrito aos estudos históricos, embora a crítica textual já se utilizasse dele. Na década de 60 do século passado, com o advento da crítica genética, passou-se a dar mais atenção a este tipo de material, que no âmbito da literatura, é encontrado principalmente nos arquivos pessoais de escritores e em periódicos que tratam do processo de criação. O material dos arquivos pode dar origem à edição de correspondência, a estudos dos manuscritos, sob variados aspectos, por exemplo, confrontando inúmeras versões e cotejando-as com os textos publicados.
Salientamos que o estudo de fontes primárias, oriundas de acervos literários, articulado à produção literária dos escritores, possibilita ao pesquisador a construção de múltiplos discursos tramados entre vida e obra, além de proporcionar a conservação memorialística da imagem autoral. Quando falamos em fontes primárias relacionadas a periódicos lembramos aqui o que escreveu Maria Zilda Cury (1993) “Por exemplo, a produção literária no interior de um jornal, mantem relação com outras notícias, de natureza cultural e política, como o periódico como um todo, com as fotos que o ilustram, como o retrato faz da cidade e de seu quotidiano”. Assim sendo, é importante localizar, recuperar e editar estes textos que só circularam em sua época na imprensa.
Iniciamos este número com 3 artigos que se debruçaram sobre arquivos de escritores custodiados pelo Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa (AMLB/FCRB). O de Leandro Garcia Rodrigues, intitulado (Des)arquivando ideias, sintetiza um misto de relato pessoal com vivências administrativas, primeiro, como aluno de pós-graduação, tendo realizado um estágio no AMLB; e segundo, como professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na condição de diretor do Acervo dos Escritores Mineiros (AEM/UFMG), relembrando problemas e avanços conquistados.
Luciana Paiva de Vilhena Leite e Marcelo dos Santos se debruçaram sobre o manuscrito do poema “Graciliano Ramos”, que se encontra no arquivo pessoal do poeta João Cabral de Melo Neto (1920-1999). Este estudo muito contribui para delinear uma poética traçada a partir do manejo do sinal gráfico e sintático dos dois-pontos registrados no poema oferecendo uma diversa possibilidade de leitura do trânsito entre manuscrito e versão publicada.
O terceiro artigo a trabalhar com os acervos do AMLB é o de Mônica Gomes da Silva centrado no arquivo do escritor Murilo Miranda (1913-1971). A partir da prospecção do seu acervo, a pesquisadora faz um levantamento e uma análise de parte da correspondência passiva do escritor recebida entre as décadas de 1930 e 1940 tendo como foco o movimento epistolar que animou a produção da Revista Acadêmica.
Na sequência, temos três textos cujas pesquisas se debruçaram sobre a imprensa brasileira de forma diversa. O primeiro, de Eliane Vasconcellos e Moema Mendes – O desafio continua: Corina Coaraci na Illustração do Brazil - dá continuidade a uma série de artigos publicados anteriormente como parte de um Projeto de pesquisa sediado pela Fundação Casa de Rui Barbosa que tem por objetivo a elaboração de uma edição anotada das crônicas publicadas por Corina Coaraci, na imprensa do Rio de Janeiro, do século XIX. Este artigo em particular, além de apresentar a escritora, dá as diretrizes de como foi organizada a edição anotada dos textos publicados na revista Illustração do Brazil. Em Machado de Assis: de ficções e realidades
O artigo de Rodrigo Fialho Silva e Valéria Cristina Ribeiro Pereira, leitoras do Jornal das Famílias, em Machado de Assis: de ficções e realidades é resultado de reflexões sobre a questão da condição de leitura feminina, confrontada com estratégias narrativas, utilizadas pelo escritor Machado de Assis, nas publicações do Jornal das Famílias que daí resultam ou para aí convergem, no contexto de recepção impressa do Brasil do século XIX.
O artigo de Leandro Valentin e Arnaldo Franco Junior discute a famosa receita para matar baratas, presente em textos de Clarice Lispector, publicados em páginas femininas de jornal e no conto “A quinta história”. Com o título, Da forma simples à forma estética: apropriação, paródia e reflexão sobre o fazer estético em Clarice Lispector, os estudiosos defendem a ideia de que a apropriação da receita de matar baratas e o percurso desses textos nas páginas femininas, até a versão final de “A quinta história”, permitem refletir sobre o fazer estético em Clarice Lispector.
O estudo das fontes primárias, portando, nos permite uma reflexão inter-relacional entre movimentando e acenando a outras abordagens como a de Carla Oliveira e Laura do Carmo que pesquisaram entre outras coisas, sobre os diferentes tipos de edição e suas respectivas relevâncias, de acordo com seus públicos-alvo. As pesquisadoras deste Reflexões sobre edição de textos históricos mostram e defendem que o trabalho de edição, se feito de maneira cuidadosa e adequada, é capaz de revigorar uma obra do passado e, sobretudo, potencializar o que ela tem a oferecer ao longo do tempo.
Claudia Barbosa Reis no artigo, Construindo um museu de literatura, faz uma reflexão sobre as possibilidades de musealização das obras literárias a partir d’O Museu Inocência criado em Istambul (2012). Museu e livro são produtos da imaginação e da inspiração do escritor Orhan Pamuk (1952).
Finalizando o dossiê, temos o artigo de Davi Pinho e Nícea Helena de Almeida Nogueira intitulado, Perspectivas feministas no romance Orlando e no ensaio Um teto todo seu, de Virginia Woolf: ideias que navegam em textos, que apresenta uma reflexão sobre a produção do romance Orlando: uma biografia e o ensaio Um teto todo seu, ambos de Virginia Woolf. São várias as sobreposições apresentadas na forma e no conteúdo que revelam uma linha de pensamento em comum sobre as suas perspectivas feministas. Os dois textos são revisitados na intenção de defender que, ao longo da obra da referida escritora, as mesmas ideias percorrem textos distintos e consolidam o seu pensamento sobre as condições da produção artística de autoria feminina.
As reflexões em diálogo, neste dossiê, consolida a fundamentação teórica e o entendimento da necessidade de conscientizar os futuros pesquisadores de se precaverem, no momento atual, em relação ao desaparecimento gradativo dos acervos o que, com certeza, contribuirá para uma complexidade em relação às pesquisa, em fontes primárias.
Eliane Vasconcellos
Moema MendesReferências
PINHEIRO, L. V. R. P. Fontes ou recursos de informação: categorias e evolução conceitual. Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia, Rio de Janeiro, v.1, n.1, 2006.
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1 ed. São Paulo: Objetiva, 2009.
CURY, M.Z. A pesquisa em acervos e o remanejamento da crítica. Manuscrítica, São Paulo, v.1, n.4, p. 78-93, 1993.
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Memória e Informaçãov. 6 n. 1 (2022)
Editorial
A interdisciplinaridade é fundamental para se entender a Ciência da Informação que, segundo Saracevic (1995), enfrenta “três assuntos críticos: mudanças sociais contemporâneas, a revolução tecnológica e mudanças interdisciplinares”. Nada mais atual do que essa definição, pois alerta aos pesquisadores da área sobre a travessia de mares revoltos em decorrência da intensificação do uso das tecnologias e do seu impacto social. Assim, as tecnologias têm exigido que as instituições de memória se adequem a novas práxis e ao mesmo tempo defrontem-se com as questões tradicionais que envolvem o olhar apurado das diversas áreas que a compõe.
Neste número será apresentado artigo de um tema atual, voltado ao impacto do uso da tecnologia de informação e comunicação nas ciências humanas, intitulado As instituições de memória e as humanidades, de Marx Vargas da Guia e Ana Ligia Medeiros. O artigo oferece reflexões de como as novas ferramentas e formas de interação com os usuários influenciam na difusão de acervos das instituições memoriais.
Dois artigos se dedicam a questões de preservação de acervos, tema fundamental para a guarda da memória nacional. O artigo de Dijavan Mascarenhas Campos, é o relato sobre sua pesquisa no arquivo da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária, visando à aplicação do conceito de conservação preventiva do acervo.
Já o artigo dos doutores Milagros Vaillant, Edmar M. Gonçalves e María Luisa Soares dedica-se à avaliação do estado de conservação dos acervos dos arquivos, bibliotecas e museu da Fundação Casa de Rui Barbosa. Esse artigo é de grande importância para a área, pois revela em minúcias a metodologia utilizada na elaboração de um diagnóstico dos acervos.
O olhar de uma pesquisadora mexicana pode ser visto no artigo de Elsa Leticia García Argüelles que relata sua experiência no arquivo pessoal de Clarice Lispector, essa grande escritora que completaria 100 anos em 2022.
Carlos Mario Camacho estuda o impacto das transformações urbanas do Rio de Janeiro nas crônicas de Lima Barreto, sob diversos ângulos como as inovações tecnológicas, a moda e os novos costumes da população, além dos efeitos da construção de grandes avenidas, da especulação imobiliária e da carestia.
Carolina Sena analisa uma questão polêmica sobre a origem da literatura de cordel como uma manifestação genuinamente brasileira, utilizando para tal o estudo da bibliografia especializada, como desdobramento do conteúdo de sua dissertação.
Um olhar diverso nos traz Rosângela Florido Rangel no estudo sobre o Sabadoyle correlacionando-o com a percepção de duas grandes figuras do século XX: Aby Warburg e Walter Benjamin.
Na seção Documentos, foram selecionados os relacionados ao Sabadoyle: uma foto e a primeira ata. O Sabadoyle era uma reunião de intelectuais na casa de Plínio Doyle. Nesse encontro participavam Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava entre muitos outros escritores. Estes documentos se encontram no Arquivo Museu de Literatura Brasileira, e contribuem para ilustrar o artigo de Rosângela Rangel.
Por fim, esse número é dedicado à memória de Milagros Vaillant, cientista cubana, que desenvolveu um trabalho inovador na área de biodeteriorização do patrimônio documental. Neste número, publicamos um de seus últimos artigos, dedicado ao aprimoramento de uma Política de Preservação da Fundação Casa de Rui Barbosa. A área de preservação preventiva deve muito à ela.
Desejamos a todos uma boa leitura.
Ana Ligia Medeiros
Daniela SophiaSaracevic, T. (1995). A natureza interdisciplinar da ciência da informação. Ciência da Informação, 24(1). https://doi.org/10.18225/ci.inf.v24i1.608
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Memória e Informaçãov. 5 n. 2 (2021)
Editorial
Em julho de 1972, o suplemento Caderno B do Jornal do Brasil publicava a crônica “Museu: Fantasia”, de Carlos Drummond de Andrade, no qual o poeta afirmava a importância de se idealizar um órgão especializado que preservasse a tradição da escrita brasileira. Cria-se, em outubro daquele mesmo ano, o Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa.
Desde o início de seu funcionamento, o AMLB caracterizou-se pela expansão de suas atividades relacionadas à área de conservação e guarda de acervos literários; pelo aumento no número de arquivos pessoais sob sua guarda — hoje constam 148 acervos literários —; e, sobretudo, pelo fortalecimento de seu papel social e político como um importante local de preservação da memória literária brasileira.
Em 2022, este importante Arquivo-Museu completará 50 anos de funcionamento. Um ano muito feliz àqueles profissionais, técnicos, pesquisadores e usuários que trazem vida ao AMLB.
Esta edição tem o propósito de celebrar o início das comemorações desse cinquentenário. Nós, editores da Revista Memória e Informação, gostaríamos de nos juntar ao coro daqueles que tanto lutaram pela preservação dessa memória, dedicando parte deste número à divulgação de estudos e de pesquisas que tiveram como seus objetos conteúdo dos acervos sob sua guarda.
Na seção Artigos, torna-se público o Dossiê “50 anos do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira”. Neles, os leitores encontrarão pesquisas relacionadas aos arquivos dos escritores Cruz e Sousa, Cornelio Penna, Samuel Rawet e Paulo Rangel. A importância de divulgarmos os acervos sob a guarda do AMLB, assim como as estratégias direcionadas à comunicação pública de acervos literários, são temáticas abordadas também nesse dossiê.
Para além do dossiê, publicam-se aqui resultados de três pesquisas. Os primeiros, relacionados aos desafios do Projeto Difusão e Educação Patrimonial do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas; os segundos, relacionados a origem e constituição dos folhetos da literatura popular britânica — coleção de penny dreadfuls - da British Library; e, por fim, os terceiros, aos estudos sobre Curadoria Digital na Coleção Digital Campanha Civilista da Fundação Casa de Rui Barbosa.
Na seção Documentos, divulgamos fac-símile da carta do escritor Cornelio Penna a Mário de Andrade, arquivada no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP).
Ao AMLB, nosso desejo de vê-lo cada ano mais fortalecido.
A todos, uma boa leitura.
Ana Lígia Medeiros e Daniela Carvalho Sophia
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Memória e Informaçãov. 5 n. 1 (2021)
Editorial
Com este número de Memória e Informação, damos início ao quinto ano de publicação ininterrupta da Revista. O periódico, lançado em julho de 2017, publica artigos inéditos, relatos de experiência, pesquisas e documentos de valor histórico nas áreas de patrimônio, museologia, preservação arquitetônica e ciência da informação.
Na seção “Artigos”, selecionamos cinco relevantes trabalhos que abarcam diversidade temática no campo do patrimônio e da museologia. No primeiro, Daniel Sá e Bruno Brulon Soares analisam as práticas documentais e de classificação utilizadas no processo de musealização de imagens, produzidas na década de 1840, em que negras de ganho foram representadas na cidade do Rio de Janeiro. A seguir, Diogo Jorge de Mello, Marcos Henrique e Ive Livia de Sousa apresentam uma leitura das representações da cultura arqueológica do Pará no desfile de 2013 do Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense no Rio de Janeiro. No terceiro texto, Rubens Bedrikow et al examinam a vida do psiquiatra Mauricio Knobel a partir de vídeo-entrevista arquivado no Centro de Memória e Arquivo da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. A seguir, Ananda Paranhos relata a trajetória do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB) desde a sua idealização nos encontros do Sabadoyle até a sua institucionalização na Casa de Rui Barbosa, em 1972. No quinto trabalho, de Mateus da Silva Reis, Thiago Henrique e Roberto Lopes, os autores, com intuito de representar os itens museológicos do acervo de medalhística do Museu do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, buscam formular um microtesauro.
Na seção ‘Relatos de experiências’, divulgamos o trabalho de Inaiê Del Castilho, que tem por objetivo abordar o tráfico ilícito de bens do patrimônio bibliográfico e arquivístico no Brasil, investigando de que modo o furto à Coleção Especial da Biblioteca do Museu Paraense Emílio Goeldi, ocorrido em 2008, se relaciona a outros fatos noticiados no país. Na mesma seção, publicamos o artigo de Ana Regina Luz Lacerda, centrado na importância de se manter reunidas quatro bibliotecas particulares. Para atingir o objetivo proposto, a autora apresenta quatro exemplos de coleções adquiridas, por doação ou compra, pela Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE).
Em comemoração ao centenário de nascimento da atriz e fundadora do Teatro ‘Tablado’ Maria Clara Machado (1921-2001), no dia 3 de abril, divulgamos na seção ‘Documentos’ a primeira folha do caderno no qual a escritora escreveu a peça O cavalinho Azul, de 1958. O Acervo de Maria Clara Machado, sob a guarda do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB), foi doado à FCRB 2006 e encontra-se aberto à consulta.
Esta edição se apresenta como o resultado do esforço da equipe da Fundação em divulgar estudos nas áreas de patrimônio documental e arquitetônico, abrangendo museologia, preservação arquitetônica, preservação e conservação de documentos e ciência da informação, incluindo arquivologia e biblioteconomia. Temos a certeza de que o presente volume oferecerá aos estudiosos e pesquisadores do tema muitas possibilidades para pensarmos o patrimônio cultural brasileiro.
A todos desejamos uma ótima leitura.
Ana Lígia Medeiros e Daniela Carvalho Sophia – Editoras
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Memória e Informaçãov. 4 n. 2 (2020)
Editorial
Há pelo menos seis anos tenho trabalhado com assuntos relacionados ao Patrimônio de uma forma geral e o que noto, com relativa inquietação, é uma discussão que se circunscreve sempre nos mesmos autores e pautas. Observo com maior incômodo ainda a equivocada relação desde temas apenas como livros antigos e/ou raros e arquivos históricos a uma quase dissociação da conservação preventiva.
Sim, também é um tema que linguisticamente tem se mostrado difuso, com conceitos e significados nem sempre convergentes, por conseguinte precisa de mais estudos.
Nessa perspectiva, ao propormos o nome do dossiê de “Patrimônio Bibliográfico e Documental” trata-se muito mais de um ponto de apoio epistêmico do que uma indicação do que seria o “ideal”. Isto, o tempo próprio da Ciência há de decantar.
Nos últimos tempos notei igualmente que a academia quase aceita como doutrina assente esse cenário. A consequência disto não tem atingido somente o campo teórico, mas também a própria gestão das nossas bibliotecas e arquivos.
Contudo, não sou o único a notar isto, obviamente. Um grupo de colegas bibliotecários, conservadores-restauradores e historiadores também já perceberam isso e vêm tentando, aos seus modos, colaborar com o debate.
Ao acompanhar mais de perto a produção de colegas do México, Colômbia e Peru, sobretudo, passei a observar uma percepção bem mais contemporânea e até mesmo, posso dizer, mais realística com os conceitos de cidadania.
Em outra ocasião eu mencionei que a necessidade de justificar sua própria existência é tarefa quase diária em algumas Bibliotecas e Arquivos e, na atual conjuntura, seus desafios aumentaram. Ao associar os conceitos de Patrimônio Bibliográfico e Documental a esses dois espaços é, praticamente lugar-comum, virem à mente acervos históricos e, consequentemente, os adjetivos como “antigos”, “velhos” ou outros que buscam denotar obsolescência, algo descartável etc.
Por isso, expresso aqui meu profundo agradecimento à Ana Lígia Medeiros não apenas pelo aceite da proposta, mas também pelo apoio e incentivo mesmo no meio de tanta adversidade. Todo meu respeito e admiração por sua trajetória.
Agradeço minha colega no Departamento de Biblioteconomia da UNIRIO, Professora Doutora Simone Borges Paiva Okuzono que é a quem de fato devo a coragem de propor um projeto como esse.
Sou extremamente grato á cada um dos autores convidados que puderam generosamente contribuir para esse projeto e grato também pela delicadeza que tiveram ao declinar os queridos colegas que por uma série de razões não puderam estar presentes.
Os textos aqui reunidos são de autores que puderam atender ao convite, ainda que no meio dessa situação tão caótica. Dizemos isto porque, com certeza teríamos muitos mais colegas para contribuir com suas reflexões. Mas estamos só começando. Ao que consta, este é o primeiro dossiê inteiramente sobre esse assunto e por isso desejamos, com esperança, que outros mais surjam, pois urge que a discussão componha mais pautas de eventos de Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia e Ciência da Informação.
Um dos méritos deste volume é trazer um conjunto de textos que felizmente estão longe de ser uníssonos. Assim, são expostos diferentes pontos de vista, inclusive no que concerne aos conceitos. A presença de autores de outros países além do Brasil, como México, Colômbia, Peru e Espanha ajuda a pensar como está o próprio estado da arte em nossa região por exemplo.
Os autores de língua hispânica apresentam projetos nacionais e regionais, bem como reflexões que evidenciam a contemporaneidade dessa discussão, exortam uma aproximação com os direitos humanos, inclusive. Contribuem também para exemplificar a proximidade com a História do Livro e a Bibliografia Material. Ou melhor, como ambas podem auxiliar na própria caracterização e identificação do patrimônio bibliográfico e documental.
De maneira análoga os brasileiros, apresentaram pesquisas de um amplo espectro incluindo algumas propostas de abordagens conceituais e aproximações com campos como a conservação/restauração. Trouxeram ao debate algo ainda tão pouco explorado, como Educação Patrimonial em Bibliotecas.
Se alguns apontaram com pesar o descaso e o abandono, a escolha para a seção documento tentou trazer esperança e apresentar a dupla preservação tanto pela restauração quando pela transcrição paleográfica.
Ainda que não sejam todos na minha linha de teórica, todos os textos costuram-se também por abordagens interdisciplinares. Uma das grandes qualidades de uma revista como essa, ou seja, que ainda não está atrelada a alguns protocolos foi a inestimável possibilidade de reunirmos textos de bacharéis, mestres e doutores, bem como de professores e técnicos.
Isto permitiu que a discussão orbitasse pela teoria e pela aplicabilidade prática e como se complementam num único objetivo que foi expor suas ideias e inquietações sobre o tema central deste dossiê. Graças a essa característica também acreditamos ter sido ilustrado e exemplificado que não se trata de um assunto apenas difuso, mas multifacetado e absolutamente atual.
Gostaria de dedicar esse dossiê à Fundação Casa de Rui Barbosa no seu nonagésimo ano de existência. Ao pensar esse dossiê, a primeira revista que veio à mente foi justamente essa, pela linha que vem adotando e por partir de uma instituição que há décadas aguerridamente vem defendendo, salvaguardando e difundindo justamente nosso patrimônio bibliográfico e documental. Portanto, não poderia haver maior sinergia.
Dedico também à Fundação Oswaldo Cruz que este contemplou 180 anos, com uma biblioteca que é um dos nossos maiores patrimônios bibliográficos de ciência e de tecnologia e que, concidentemente, neste ano de efeméride tem demonstrado que está cada dia mais viva, ativa e nos ajuda a exemplificar o poder, a força e a necessidade da Ciência.
Vida longa à Cultura! Vida longa à Ciência! Vida longa aos nossos pesquisadores e suas instituições!
Apesar desse tom festivo e eufórico, aqui há autores de cinco países que têm sofrido terrivelmente com o COVID-19, muitos de nós, inclusive perdemos familiares, amigos e colegas de trabalho ao longo desse processo.
O poeta Cazuza dizia “O tempo não para, não para não”, e nós dizemos “A pesquisa não para”. Por eles, por esses que perdemos, ousamos seguir e persistir.
Desejamos a todos uma boa leitura deste projeto feito com imenso cuidado por todos nós.
Professor Doutor Fabiano Cataldo de Azevedo (Editor AdHoc)
Departamento de Biblioteconomia
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.Publicado:
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Memória e Informaçãov. 4 n. 1 (2020)
Editorial
A presença de um novo coronavírus alterou o quadro das relações sociais e profissionais. Com tantas mudanças provocadas pela pandemia, não podemos deixar de registrar as enormes incertezas que o futuro representa. Ao mesmo tempo, devemos ressaltar que o desafio de editar uma revista em meio a toda crise mostrou a enorme força e vontade humana em todo o processo. A pesquisa, apesar de toda crise humanitária, não parou.
Abrimos a seção Artigos com a publicação de trabalho que trata das aprendizagens em tempos de COVID-19. Nele, os autores mostram que o atual momento influenciou a forma de ensinar e de aprender em diferentes níveis de ensino. A seguir, o artigo de Rosaelena Scarpeline discute a ressignificação da casa e de seus objetos para transformá-la de casa morada em casa museu. O objeto, nesse contexto, é apresentado como instrumento que possibilita a compreensão da sociedade em que está inserido, além de permitir compreender as tradições e gostos que nortearam a vida cotidiana dos personagens que o possuíram. O terceiro artigo publicado, de Lais Barbudo Carrasco e Silvana Aparecida Gregori, trata da plataforma de pesquisa online Europeana. No texto, as autoras apresentam um panorama sobre o processo de curadoria digital, mostrando a relevância do projeto para integração e ampliação de conteúdos de patrimônio cultural. A seguir, Patrícia Helena Fuentes Lima trata da biografia da cantora e compositora Dolores Duran, relacionando sua trajetória artística com a cena musical, em fins dos anos 50, na cidade do Rio de Janeiro. Para a investigação, foram utilizadas fontes primárias do arquivo pessoal de Vinícius de Moraes, sob a guarda do Arquivo Museu de Literatura Brasileira. Relevante contribuição, sobretudo no que tange à visibilidade dada pela autora ao acervo arquivístico da Fundação Casa de Rui Barbosa. No último trabalho, Gustavo Augusto Andrade de Oliveira e Eliane Cristina de Freitas Rocha, ao realizarem uma revisão sistemática da literatura internacional que aborda as discussões sobre mediação na Arquivologia, chamam atenção para a relevância do papel das instituições arquivísticas e dos projetos de organização de registros sociais de memória, especialmente das minorias étnicas, pouco presentes na literatura.
Na seção Relatos de Experiência, foram publicados três trabalhos. O primeiro, de Bruno Rafael Gaudêncio, examina o processo de formação da Coleção Paraibana, que se encontra no acervo da Biblioteca de Obas Raras Átila Mendes. A seguir, Leandro Queiroz Santos Neves examina o crescimento e o fortalecimento da publicação de e-books, entre 2016 e 2019, pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. No artigo, os autores mostram elementos que identificam o compromisso dos organizadores dessas publicações com a construção da memória social e digital do Recôncavo. No terceiro texto publicado, os autores abordam a identificação do patrimônio documental arquivístico do município de Angra dos Reis.
Para finalizar, queremos deixar aqui nossa força e solidariedade às vítimas da COVID-19 e nossa admiração pelos pesquisadores e avaliadores que estiveram conosco no processo de edição desse número. Nossa gratidão aos amigos, colaboradores, avaliadores e equipe técnica da revista. Que a utopia possa permanecer em nossas vidas, apesar de tantas dificuldades vividas em meio a esta pandemia, e que possamos estar juntos e com saúde nas edições futuras. Nosso forte e caloroso abraço.
Ana Lígia Medeiros
Daniela Carvalho Sophia
Fabiano Cataldo
Editores
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Memória e Informaçãov. 3 n. 2 (2019)
Editorial
Memória e Informação é uma publicação semestral da Fundação Casa de Rui Barbosa. A revista, lançada em julho de 2017, publica artigos inéditos, relatos de experiência, pesquisas e documentos de valor histórico nas áreas de patrimônio, museologia, preservação arquitetônica e ciência da informação.
Na seção Artigos, apresentamos o Dossier Arquivo-Museu de Literatura Brasileira. Pretendemos, com essa iniciativa, incentivar o aperfeiçoamento do AMLB como instrumento de incentivo à formação de coleções e arquivos para conservação e memória da produção literária brasileira. Ao conservar, estudar, expor e transmitir o patrimônio material concernente ao fazer literário e ao seu meio, o AMLB é uma das principais instituições envolvidas na musealização do patrimônio literário brasileiro.
O primeiro trabalho, de Rosangela Rangel, se constitui em desdobramento de seus estudos de doutoramento sobre o Sabadoyle, principal ponto de encontro de intelectuais e políticos que resultou na formação do Arquivo-Museu, coordenado pelo Bibliófilo e advogado Plínio Doyle.
No artigo de Thiago Cavalcanti, o autor busca compreender de que modo as correspondências pessoais do escritor cataguasense Francisco Inácio Peixoto, sob a guarda do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, são relevantes para o estudo da arquitetura do Modernismo em Cataguases.
O terceiro artigo publicado, de Luiz Felippe Dias Trota e Aline Lopes Lacerda, aborda estudo de tipologia documental em arquivos pessoais de escritores e seus desafios, tendo como campo empírico o arquivo de Leon Eliachar, sob a guarda do AMLB.
Por fim, publicamos o trabalho de Ellen Ropke Ferrando, que apresenta o conjunto artístico do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira e discute aspectos relacionados à sua conservação preventiva.
A seguir, apresentamos o artigo de Ana Lígia Medeiros. No trabalho, a autora examina a história de bibliotecas antigas como as localizadas na Mesopotâmia, em Nínive, em Alexandria, em Pergamo e em Roma. Ao apresentar um relato minucioso das principais bibliotecas da Antiguidade, mostra essas instituições como reflexo de seus momentos históricos e influenciadas diretamente pela economia, pela política e pela organização social de suas épocas.
Na sessão relatos de experiências, publicamos artigos que representam uma contribuição aos estudos no campo museológico.
O trabalho de Diana Farjalla Correia Lima apresenta os resultados da Pesquisa dos termos e conceitos da Museologia, Linguagem de Especialidade, investigando e analisando no ciberespaço a representação “museus autodenominados virtuais”.
O artigo de Auta Rojas Barreto apresenta relato da experiência da autora na condução do “Projeto de modernização e acessibilidade da exposição permanente do Memorial JK”, por meio da inserção de novas tecnologias no percurso expositivo.
Karina Muniz Vianna discute conceitos pautados nos resultados alcançados durante o processo de investigação da pesquisa-dissertação da autora, realizada de 2014 a 2016. O referido trabalho recebeu o 1º lugar do Prêmio ANCIB de melhor dissertação de mestrado em Ciência da Informação e Museologia do Brasil.
Concluímos a edição desse número com a publicação do trabalho de Camila de Almeida Lima e Stefanie Cavalcanti Freire. Neles, as autoras apresentam o gerenciamento de riscos como uma ferramenta de auxílio à preservação de acervos bibliográficos e propõem um Plano de Gerenciamento de Riscos para a salvaguarda do acervo da Biblioteca Francisca Keller.
Na seção Documentos, divulgamos a expansão do regimento interno da Fundação com a inclusão do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira na sua estrutura. O documento faz parte do acervo do Arquivo Institucional da Fundação Casa de Rui Barbosa e representa fonte indispensável aos estudantes e pesquisadores que pretendem conhecer o AMLB.
Desejamos à todos uma boa leitura.
Ana Ligia Medeiros e Daniela Carvalho Sophia
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v. 3 n. 1 (2019)
Com este número de Memória e Informação, damos início ao terceiro ano de publicação ininterrupta do periódico. Temos a certeza de que a presente edição oferece muitas possibilidades de questionamento e reflexão para pensarmos o patrimônio cultural brasileiro. Queremos agradecer à toda equipe do Centro de Memória e Informação, assim como aos nossos colaboradores e parceiros. Na seção Artigos, Ricardo Pimenta destaca a importância da interdisciplinaridade nas iniciativas em humanidades digitais. Eliane Vasconcellos e Dilza Ramos Bastos examinam a representação da informação em documentos literários e propõem novos ângulos de interpretação sobre o tema. Eliane Almeida Rezende apresenta interessante análise sobre as memórias digitais, destacando o papel do profissional da informação. No artigo Renascimento Digital, os autores abordam a mundialização da cultura por meio da digitalização da produção visual. O último texto dessa seção é o de Maurício Chatel Vasconcellos Filho em que o autor examina o mercado de trabalho para os profissionais de biblioteconomia e ciência da informação. Em Relatos de Experiência, selecionamos três relevantes trabalhos. No primeiro, Anna Gabriela Pereira Faria e Gabriela Lúcio de Sousa apresentam os resultados da proposta expográfica dos quimonos de Maria Augusta Rui Barbosa. A seguir, em Estratégias de ensino de ciências pelo Facebook e pela biblioteca em um contexto escolar de Manguinhos, as autoras destacam a importância da utilização da rede social Facebook como ferramenta pedagógica para aulas de ciência. Por fim, publicamos o artigo de Rodrigo Piquet Saboia de Mello em que o autor aborda a documentação de natureza etnológica como recurso estratégico para o estudo dos povos indígenas Na seção Documentos, divulgamos Carta de Machado de Assis para o seu editor Garnier Hippolyte, datada de 9 de novembro de 1903, na qual remete os originais de sua obra “Último”, posteriormente denominada Esaú e Jacó, e informações sobre as alterações realizadas no texto. O documento faz parte da Coleção Machado de Assis sob a guarda do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB), importante setor da Fundação Casa de Rui Barbosa. Durante o fechamento dessa edição, recebemos a notícia do falecimento de Rejane Mendes Moreira de Almeida Magalhaes. Rejane atuou incansavelmente na organização das fontes para estudo da vida de Rui Barbosa. Como servidora no Setor Ruiano da Fundação, foi uma ativa pesquisadora que desempenhou um importante protagonismo na divulgação da obra do jurista, filólogo, literato e pensador brasileiro. Dedicamos esse número à essa valorosa mulher.
Ana Lígia Medeiros e Daniela Carvalho Sophia - Editoras -
v. 2 n. 2 (2018)
É com grande satisfação que lançamos mais um número da Revista Memória e Informação – vol. 2, n.2, julho/dezembro - 2018. Nesta edição, daremos continuidade à publicação de trabalhos apresentados durante o 2° Seminário Tecnologia e Cultura- Humanidades Digitais e Competência em Informação. O encontro, ocorrido na Fundação Casa de Rui Barbosa nos dias 23 e 24 de novembro de 2017, promoveu a apresentação e a discussão de estudos entre estudantes, pesquisadores, professores e demais profissionais atuantes ou interessados na área.
Na seção Artigos, o primeiro texto a que o leitor terá acesso é o de Ivana Mihal e Daniela Szpilbarg. Nele as autoras abordam as vinculações existentes entre o campo editorial e as bibliotecas populares na Argentina. O segundo artigo, de Cláudio José Silva, examina os desafios enfrentados pelo campo das Humanidades Digitais no contexto brasileiro. A seguir, Daniela Carvalho Sophia e André Bueno apresentam um panorama da relação entre a Museologia brasileira e a chinesa, destacando cinco questões suscitadas pelo encontro de duas culturas tão distintas.No quarto texto publicado, Marina Leitão Damine Vera Dodebei, a partir do aplicativo Instagram, abordam aspectos relacionados às narrativas que circulam nas mídias sociais.O quinto artigo, deIsabela Maria Arantes e Alberto Calil Junior, apresenta investigação sobre a inserção do Letramento Informacional nos currículos de bacharelado do curso de Biblioteconomia no Brasil. Por fim, Shana dos Santos Ferreira e Marianna Zattar dedicam-se a examinar a prática da Competência em Informação na formação dos orientadores de estudo e professores alfabetizadores que participam do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa no Estado do Rio de Janeiro.
Na seção Relatos de Experiência, divulgamos o trabalho de Leonardo Mattos da Costa em que o autor aborda a geografia histórica do Rio de Janeiro, apresentando um mapeamento a partir de informações constantes no periódico Almanak Laemmert. No segundo artigo, Jorge Phelipe Lira de Abreu discute a importância dos arquivos pessoais digitais apartir de um estudo de caso do arquivo pessoal de Rodrigo de Souza Leão.
Estamos certas de que a diversidade temática dos textos apresentados nesta publicação, com recurso a diferentes fontes e metodologias de pesquisa, poderá vir a constituir contribuição significativa em relação aos desafios com que se defrontam os processos de preservação e de gestão de acervos sob a guarda de instituições públicas e privadas brasileiras.
Esta nova edição de Memória e Informação se apresenta como o resultado do esforço da equipe da Fundação Casa de Rui Barbosa em divulgar estudos nas áreas de patrimônio documental e arquitetônico, abrangendo museologia, preservação arquitetônica, preservação e conservação de documentos e ciência da informação, incluindo arquivologia e biblioteconomia. A todos desejamos uma ótima leitura. Ana Lígia Medeiros e Daniela Carvalho Sophia (Editoras)
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v. 2 n. 1 (2018)
Certas de que a divulgação de pesquisa na área do patrimônio constitui em importante elemento no processo de preservação e gerenciamento dos acervos sob a guarda de instituições públicas, apresentamos este segundo número do periódico Memória e Informação. Esta edição se apresenta como o resultado do esforço da equipe da Fundação em divulgar estudos nas áreas de patrimônio documental e arquitetônico, abrangendo museologia, preservação arquitetônica, preservação e conservação de documentos e ciência da informação, incluindo arquivologia e biblioteconomia.
A partir desta edição, publicaremos alguns trabalhos apresentados durante o 2° Seminário Tecnologia e Cultura- Humanidades Digitais e Competência em Informação. O encontro, ocorrido na Fundação Casa de Rui Barbosa nos dias 23 e 24 de novembro de 2017, promoveu a apresentação e discussão de estudos entre estudantes, pesquisadores, professores e demais profissionais atuantes ou interessados na área.
Os dois primeiros textos lançam um olhar para a própria Fundação Casa de Rui Barbosa. O primeiro, de Luz Neira Garcia, apresenta a trajetória de têxteis domésticos do Museu Casa de Rui Barbosa, procurando demonstrar como o desaparecimento e desgaste dessa espécie de material é proporcional à perda de informação a ela associado. A autora trata, ainda, dos desafios éticos e práticos relacionados a autenticidade dos objetos.O segundo artigo, de Rosângela Rangel e Zenilda Brasil, em torno das coleções museológicas do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira (AMLB), enfoca os desafios enfrentadospela instituição no processo de organização da sua documentação e de seu acervo museológico.
No terceiro artigo, apresentado no mencionado Seminário, Regina Celia Baptista Belluzzo descortina o entorno da Competência em Informação de suas origens à sua inserção na sociedade contemporânea. São aí abordados os principais modelos teóricos, padrões e diretrizes do campo, bem como sua articulação com as melhores práticas em diferentes ambiências sociais.
A seguir, Mônica Machado e Antônia Soares apresentam investigação sobre o engajamento digital no Museu de Favela, na comunidade do Cantagalo, Pavão e Pavãozinho, na cidade do Rio de Janeiro.
No quinto trabalho, Regina Almeida, Jéssica Camargo Santana, Rayssa Tavares da Silva e Terezinha Perpetuo Socorro Normando dos Reis examinam as estratégias de divulgação e marketing das coleções especiais da Biblioteca Setorial de Enfermagem e Nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Na seção ‘Relatos de experiências’, divulgamos o artigo de Leonardo Magalhães, Cícera Vieira e Marina Martinez,que tem por objetivo descrever a experiência dos autores na construção do acervo digital sobre os Jogos Olímpicos Rio 2016. Na mesma seção, publicamos o artigo de Karina Muniz Viana,centrado na descrição do processo de elaboração e implementação do Plano Gestor Museológico entre os anos de 2011 e 2016 na Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.
Por fim, na seção ‘resenha’, Rodrigo Piquet apresenta o livro de Pâmela de Almeida Resende. A obra é resultado de dissertação de mestrado, defendida pela autora no ano de 2013 na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e agraciada com o prêmio de pesquisa Memórias Reveladas 2012.
Temos a certeza de que este número da Revista Memória e Informação oferece muitas possibilidades de questionamento e reflexão para pensarmos o patrimônio cultural brasileiro. Desejamos a todos uma agradável leitura.Ana Lígia Medeiros e Daniela Carvalho Sophia (Editoras)
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v. 1 n. 1 (2017)
A criação de um periódico científico representa um novo canal de informação e conhecimento que beneficia a comunidade de pesquisadores. Nesse sentido, o Centro de Memória e Informação (CMI) da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), órgão do Ministério da Cultura, lança Memória & Informação.
Esta publicação coroa os esforços da equipe de pesquisadores da instituição que vem se dedicando à produção de conhecimento nas áreas de patrimônio documental e arquitetônico, abrangendo museologia, preservação arquitetônica, preservação e conservação de documentos e ciência da informação, incluindo arquivologia e biblioteconomia. Além das pesquisas, o CMI é também responsável pela promoção de eventos nacionais e internacionais, bem como de diversas publicações especializadas, o que possibilita a troca de informações nas áreas de sua atuação.
Assim, o principal objetivo da publicação de Memória & Informação é divulgar estudos teóricos ou empíricos que possibilitem aos leitores o acesso livre ao conhecimento que vem sendo produzido. Memória & Informação tem periodicidade semestral e reúne artigos, relatos de experiências e resenhas produzidos por pesquisadores e cientistas de universidades e instituições de pesquisa no Brasil e no exterior, além de divulgar um documento selecionado pertencente ao acervo da FCRB.